terça-feira, 12 de agosto de 2014

Ela foi estudar o mar e encontrar um amor que não sou eu

Seu eu fosse pra guerra
Levaria uma foto sua
Uma guerra como a de troia
Com uma bela ninfa deixada no monte
E a beleza no alto da nau
Olharia pra você
Nessa fotografia distante
E sentiria que um dia vi o amor
Nos nossos pequenos encontros de ser
Por nada mais bonito
É o seu vestido azul, de arara
Com uma coruja sabia no meio
E uma praia paradisíaca ao fundo
Se estivesse na síria ou no egito
Despistaria os guardas e subiria em Quéops
Pra dizer que morrer em guerras é muito em vão
E só os fazem povos sem razão

A razão deveria ser pavão.
E você poderia ser minha realidade
Se não fosse estudar o mar.

Maya

Não cabe meu amor não –ser
É demais amor pra ter
O abraço apertado na manha

O dizer te amo as 7 :00 h
O chamar chocolate de "pililo"
Um guarda-chuvinha de chocolate
Que parecia um pirulito
Não cabe, não fala nem nada faz
Somente é...
À singeleza do amor de uma criança.

Mozart e Kurosawa




Ela veio com seu cobertor
Brilhante azul delicado como a morte
O barulho do vento sul
Porque toda musica clássica parece um trecho da vida?
Em qual labirinto?
Ela me iluminou depois voltou a ser
Só o barulho dos galhos das arvores no nada.

MÚSICA É A EXPLOSÃO DO PRESENTE
É PEIXE NA ÁGUA
BATIDA DO VENTO
DANÇANDO NO CHÃO
 É SORRISO NO ROSTO NAQUELE TRANSEUNTE
É RODA GIGANTE NO PEITO

É UM DILUVIO DE NOVAS SEMENTES
CALDO DE TUDO QUE TENS
CAINDO DO CÉU RENTE A NUVEM
QUANDO O MEDO ESCONDIDO DA AURORA
DÁ AO  PRESENTE  DO PÉ NO GRÃO DO AGORA
DÁ FORMA DE UMA LINDA CRIANÇA CANTANDO.

Nossas cascas

A vida já é tão difícil pelas suas próprias características :


Temos que nos deparar com uma consciência  biologicamente pronta  acrescida do que  faremos com ela, e da interpretação que  o nosso eu, já construído e também a se construir, dá para todos os fenômenos misteriosos da vida, do mundo. 

E o fato de sermos um “eu”, uma consciência herdada pelas redes da vida e lançada à um mundo povoado de questões, como a miséria humana, o flagelo das guerras, a fome, a violência , a escravidão, a exploração incontrolável da natureza, a loucura de cada sinapse mal feita pela química de nosso cérebro, a esquizofrenia sem culpa, o câncer de quem acabou de nascer, o vicio e a depressão de quem não teve força, o suicídio de quem não a suportou.

Qual o sentido disso tudo a que chamamos de vida?  

Algumas culturas o chamam de amor, outras de deus, uns o acham e outros não.No mundo em que habito as religiões diluíram-se em caldas quentes de liberdade . As ligações entre elas. A aproximação dos mundos dos eus, os fenômenos da globalização em nosso grão de areia,  nossa única casa, nossa casca, nosso céu dentro do peitos.


Essa gama de acontecimentos jogados ao acaso de uma existência cigana, com todos os percalços atoalhados a que estamos sujeitos  nos é bastante sofrível. Se se aproximou do amor ou se sucumbiu ao medo. Essa balança funesta a que chamamos de destino, o livre arbítrio macabro ensinado nas catequeses de criança naquela cidade-sede-episcopal. 

Não precisamos criar mais problemas e sofrimento. Não precisamos sofrer com questões imaginárias criadas pelas nossas próprias mentes. Temos que saber que nossa mente é capaz de tudo. A vida pode se tornar bem mais leve e teremos mais chances de encontrar o amor, quando ele  é uma arma pra batalha do desconhecido. Aprender a amar é um silogismo prático ilógico e real. 


quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

O lugar do medo





Eu pairo nessa mancha profunda, ancorado nesse lodo ensolarado, de travessias tropicais que mais lembram mariposas, milhares a dançar uma valsa funesta no meio da plantação do meu cérebro. Os símbolos, as marcas, as estórias de redes, os fractais conectados nessa grande megalópole psicológica, ergue-se como de um sobressalto, do nada, assobiando como aquele pássaro que ao invés de lhe resgatar as cores da vida, lhe fazia estremecer a cada lembrança de que a natureza, com todos os seus sons, e os homens com todos os seus sons, e todas suas mortes, e todas sua labuta, e todos seus rodopios, e toda loucura, não haviam de parar um instante sequer nessa grafite ilógico de uma grande  roda gigante, que vai acima, encontrando os gigantes, desce por dentro dos olhos e chega a boca a dizer:  Lástima! Não conseguir enxergar, mesmo com os olhos colados em sua pélvis. Elas continuam a rodear e a me afastar daquele relance que muito me apetece, que me faz vivo, como Aquiles e seus mirmidões esperando o momento oportuno de atacar os muros do distante reino antes desconhecido. 

Manifestações

O manifesto está feito
A nossa indignação se uniu
Fomos emoldurados em ouro
Da lua amarela do solamarelo, também o farol.
A luta é o barco
 É o som
O sistema é vácuo

O joga num sistema giratório
Vendo sempre a mesma visão
Imaginando viver a liberdade dos pardais
Que voam em rasantes pelos céus das periferias


Se tivéssemos educação
Não precisaria de tantas cadeias
Não teríamos corrupção
E corrupto só é
Quando aprendeu a ser com o pai
Pai nosso que viras do ceu
Iluminai nossos ânimos
liberdade!

sozinho não quero ficar...

É triste eu sei, mas não pude fazer nada até então
O tempo passando às pessoas
Na confraternização sois
Somos nos dois um só.



Viajante dos whifis

Gostaria de teletransponstar uma viagem de acido
Transmitir via whi fi – esse mesmo com refrigerante
Wireless ou outras palavras que nem sei das quantas
Passageiros dos blutufes de todas as passagens
Dos livros dos cânticos de todas os cantos que me despertam
Pensei agora:  o barulho dos produtos eletrônicos a minha volta
Ser a introdução da musica futurista 
e um grito ecoou dentro dela 

Eu que nunca sai dos matos
Que nem sei o que é veleiro
Sou pequeno.
Em todas as minhas vicissitudes
Se é que eu sei o que isso quer dizer
Porque ate mesmo esse meu dizer já é recebido
Por arquetípicos que me desde não sei quando perfazem
Aquilo que chamam de ser

E enquanto à tamanha vida lá fora?

Sei pouco, sou um pequeno verme faminto furando uma terra morna.