quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

NA BAD

BOLADO
GRILADO
NA BAD

SEM OLHAR
SEM ALMA
SEM JEITO

REPULSA DIANTE DA ÂNIMA FERIDA
SÓRDIDO OCASO DO DESTINO

BOLADO
GRILADO
NA BAD

PERDIDO
SEM FORÇA
SEM AR

PASSO SEM MAR
VONTADE ACUADA

BOLADO
GRILADO
NA BAD
Pareço poeta escondido
esse rascunho manchado
no escuro, fora da conversa
na pausa sem vontade
inexplicável para quem continua

De que vale essa poesia de doente,
pobre de riso
de respiração
A anamnese da anti-calma.

Pensamentos avulsos

Fui pegar uma esperança no chão: A esperança morde.

Ouvi na cozinha um barulho de passarinho. Achei que fosse o whatsapp. Mas era um pardalzinho roubando um pedacinho do boloo de cenoura que acabou de sair do forno.


quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Menina Síria

A Síria era uma menina linda

era tao formosa com seus véus

A síria é o coração dos homens maus

nos tempos de inverno  

Transformou  o amor em ruas desertas

E o que antes era luz

virou peças retorcidas de aço

O concreto que desmanchava no ar,

está enterrado no chão do coração dos homens

Por que não deixar de lado esse lamento?

E vir logo pra compreensão

De que vale destruir tudo pra ver quem ergue a mão ao final 

Ninguém manda, devemos o que for melhor 

Pelas ruas ladeadas cheia de charme e mistério

poder aquela menina de olhos árabes dar aquele sorriso de torpor 

ao ver pelos véus de seus  olhos a lembrança da sua antiga Síria. 

terça-feira, 28 de julho de 2015

Exílio voluntário

Rindo do ridículo que somos
Jogando fora os adjetivos
O milagre é um pé de fora
uma coisa que acontece dentro da cabeça de quem crê
Tem que ser preenchido
o vaso tem que ser preenchido pela terra úmida
O espaço da cura
Uma volta ao caminho
Inventei a coragem de ser
que aceita abdicar daquilo que tem
pelos brilhos dos olhos dos seus outros
e ver e seguir o que está ao lado,  com tropeçoso livres de culpa
Inventar a coragem pra quem está no melhor lugar do mundo
Quando fiquei só e me vi de lá 
Deu pra saber a possibilidade mais que do entendiment
Nós darmos a chance de um exílio voluntário
de toda essa rede de simbolos que nos prendem feito tarrafa jogada pela fome 

Gosto da Irene de Caetano, ela me fez colocar o pé pra fora. 

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Amarelo

A humildade saiu pela porta

Ficou uma sala rica desmanchada, só

A luz que incidia amarela e clara

Ficou cinza e gananciosa

Sem que me desse conta

E quantas pessoas não se dão conta

E saem expelindo a luz cinza e gananciosa

Ao invés de procurarem mesmo na bonança

Lembrar da sala escura, e da falta de vontade de olhar pelas janelas

e entender que nunca temos que tentar ser melhor que os outros seres

animais, vegetais ou minerais

mas somente deslizar nessa aura incandescente de calor 



amarela e clara do amor.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Ela foi estudar o mar e encontrar um amor que não sou eu

Seu eu fosse pra guerra
Levaria uma foto sua
Uma guerra como a de troia
Com uma bela ninfa deixada no monte
E a beleza no alto da nau
Olharia pra você
Nessa fotografia distante
E sentiria que um dia vi o amor
Nos nossos pequenos encontros de ser
Por nada mais bonito
É o seu vestido azul, de arara
Com uma coruja sabia no meio
E uma praia paradisíaca ao fundo
Se estivesse na síria ou no egito
Despistaria os guardas e subiria em Quéops
Pra dizer que morrer em guerras é muito em vão
E só os fazem povos sem razão

A razão deveria ser pavão.
E você poderia ser minha realidade
Se não fosse estudar o mar.

Maya

Não cabe meu amor não –ser
É demais amor pra ter
O abraço apertado na manha

O dizer te amo as 7 :00 h
O chamar chocolate de "pililo"
Um guarda-chuvinha de chocolate
Que parecia um pirulito
Não cabe, não fala nem nada faz
Somente é...
À singeleza do amor de uma criança.

Mozart e Kurosawa




Ela veio com seu cobertor
Brilhante azul delicado como a morte
O barulho do vento sul
Porque toda musica clássica parece um trecho da vida?
Em qual labirinto?
Ela me iluminou depois voltou a ser
Só o barulho dos galhos das arvores no nada.

MÚSICA É A EXPLOSÃO DO PRESENTE
É PEIXE NA ÁGUA
BATIDA DO VENTO
DANÇANDO NO CHÃO
 É SORRISO NO ROSTO NAQUELE TRANSEUNTE
É RODA GIGANTE NO PEITO

É UM DILUVIO DE NOVAS SEMENTES
CALDO DE TUDO QUE TENS
CAINDO DO CÉU RENTE A NUVEM
QUANDO O MEDO ESCONDIDO DA AURORA
DÁ AO  PRESENTE  DO PÉ NO GRÃO DO AGORA
DÁ FORMA DE UMA LINDA CRIANÇA CANTANDO.

Nossas cascas

A vida já é tão difícil pelas suas próprias características :


Temos que nos deparar com uma consciência  biologicamente pronta  acrescida do que  faremos com ela, e da interpretação que  o nosso eu, já construído e também a se construir, dá para todos os fenômenos misteriosos da vida, do mundo. 

E o fato de sermos um “eu”, uma consciência herdada pelas redes da vida e lançada à um mundo povoado de questões, como a miséria humana, o flagelo das guerras, a fome, a violência , a escravidão, a exploração incontrolável da natureza, a loucura de cada sinapse mal feita pela química de nosso cérebro, a esquizofrenia sem culpa, o câncer de quem acabou de nascer, o vicio e a depressão de quem não teve força, o suicídio de quem não a suportou.

Qual o sentido disso tudo a que chamamos de vida?  

Algumas culturas o chamam de amor, outras de deus, uns o acham e outros não.No mundo em que habito as religiões diluíram-se em caldas quentes de liberdade . As ligações entre elas. A aproximação dos mundos dos eus, os fenômenos da globalização em nosso grão de areia,  nossa única casa, nossa casca, nosso céu dentro do peitos.


Essa gama de acontecimentos jogados ao acaso de uma existência cigana, com todos os percalços atoalhados a que estamos sujeitos  nos é bastante sofrível. Se se aproximou do amor ou se sucumbiu ao medo. Essa balança funesta a que chamamos de destino, o livre arbítrio macabro ensinado nas catequeses de criança naquela cidade-sede-episcopal. 

Não precisamos criar mais problemas e sofrimento. Não precisamos sofrer com questões imaginárias criadas pelas nossas próprias mentes. Temos que saber que nossa mente é capaz de tudo. A vida pode se tornar bem mais leve e teremos mais chances de encontrar o amor, quando ele  é uma arma pra batalha do desconhecido. Aprender a amar é um silogismo prático ilógico e real. 


quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

O lugar do medo





Eu pairo nessa mancha profunda, ancorado nesse lodo ensolarado, de travessias tropicais que mais lembram mariposas, milhares a dançar uma valsa funesta no meio da plantação do meu cérebro. Os símbolos, as marcas, as estórias de redes, os fractais conectados nessa grande megalópole psicológica, ergue-se como de um sobressalto, do nada, assobiando como aquele pássaro que ao invés de lhe resgatar as cores da vida, lhe fazia estremecer a cada lembrança de que a natureza, com todos os seus sons, e os homens com todos os seus sons, e todas suas mortes, e todas sua labuta, e todos seus rodopios, e toda loucura, não haviam de parar um instante sequer nessa grafite ilógico de uma grande  roda gigante, que vai acima, encontrando os gigantes, desce por dentro dos olhos e chega a boca a dizer:  Lástima! Não conseguir enxergar, mesmo com os olhos colados em sua pélvis. Elas continuam a rodear e a me afastar daquele relance que muito me apetece, que me faz vivo, como Aquiles e seus mirmidões esperando o momento oportuno de atacar os muros do distante reino antes desconhecido. 

Manifestações

O manifesto está feito
A nossa indignação se uniu
Fomos emoldurados em ouro
Da lua amarela do solamarelo, também o farol.
A luta é o barco
 É o som
O sistema é vácuo

O joga num sistema giratório
Vendo sempre a mesma visão
Imaginando viver a liberdade dos pardais
Que voam em rasantes pelos céus das periferias


Se tivéssemos educação
Não precisaria de tantas cadeias
Não teríamos corrupção
E corrupto só é
Quando aprendeu a ser com o pai
Pai nosso que viras do ceu
Iluminai nossos ânimos
liberdade!

sozinho não quero ficar...

É triste eu sei, mas não pude fazer nada até então
O tempo passando às pessoas
Na confraternização sois
Somos nos dois um só.



Viajante dos whifis

Gostaria de teletransponstar uma viagem de acido
Transmitir via whi fi – esse mesmo com refrigerante
Wireless ou outras palavras que nem sei das quantas
Passageiros dos blutufes de todas as passagens
Dos livros dos cânticos de todas os cantos que me despertam
Pensei agora:  o barulho dos produtos eletrônicos a minha volta
Ser a introdução da musica futurista 
e um grito ecoou dentro dela 

Eu que nunca sai dos matos
Que nem sei o que é veleiro
Sou pequeno.
Em todas as minhas vicissitudes
Se é que eu sei o que isso quer dizer
Porque ate mesmo esse meu dizer já é recebido
Por arquetípicos que me desde não sei quando perfazem
Aquilo que chamam de ser

E enquanto à tamanha vida lá fora?

Sei pouco, sou um pequeno verme faminto furando uma terra morna.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Tendência contemporânea do pensamento


Essa nossa tendência contemporânea
De achar que pensar de mais é um fardo
Pensamento cansado, cristão, inchado

Pensamento que inabilita florir
Multidões de desesperados
Que não pensam nos seus atos
Fazem coisas os mocambos
Fazem coisas de não se entender

Matar, roubar, estuprar

Estupram auras das manhãs
Cobrem-nas de sangue injusto
Mas por que fazer sem pensar
esses desmiolados
Que não sabem a si mesmos
Que não sabem aos outros
Que se encantam com entretenimentos vãos
E acordam pra cumprir suas tarefas degradáveis

E seguem suas vidas sem saber o que fazem
Deus, rogai pela ignorância!

Muito me admira o homem que faz
Mas meditando nos solstícios
E criando, moldando e expurgando
Vai cosendo sua sabedoria nas redes da alma

Não pensar  é bom
Quando já se está alinhado
Quando não vê os astros e  sinais estelares
Não pensar é uma tragédia
Do dia a dia nosso.


quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Falta

Faltava.

o que é o preenchimento do vazio?

Falta?







Transfiguração


Começou a chover 
A lembrança de que há natureza lá fora
Saudosismo dos ciclos da vida
Aqui dentro de mim, minha redoma corpórea
jazem meus músculos e ossos
enzimas e sinapses neuróticas
mesmo ciclo,  não alterado
renascer de nossas tramas 
calafrios em  articulações
Uma energia não experenciada
buscas incessantes pelo prazer circunstancial
na madrugada quente
Não há pó, nem erva
nicotina ou álcool
somente um estranho e bom homem
meu peito ferve frio
minha solidão se esvai
junto com as gotas que caem do céu
não ligo para os erros do tempo
nem para o egoísmo dos transeuntes
não ligo para a mulher que não me amou
nem para o amor que não pude dar
parece que enxergo longe
uma linha linda e continua, pendendo ao infinito
como um forte rife de guitarra que ouvira a alguns anos 
posso sentir o cheiro e a textura
dos seus cabelos de manha
me acordando com o sol que acabara de nascer.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Sou?


O que sou?
Acredito no meu caminho?

Caminho a algum tempo solitário
perdido numa geleira matando o animal que me carregava
Para crua, comer –lhe a carne que me sustentava

Quase acabei comigo, maltratei-me!

Sinto-me pequeno,
em uma lugar pequeno.
Meus vizinhos não me conhecem
Eu não me reconheço.

Apesar da beleza exterior
Meu intimo escurece
Meu romantismo de outrora me é dor
Oh! Os olhinhos de um bichano!

O que sou?
Meu caminho errante me farta
Sinto-me na obrigação de sentir-me feliz?
Envelhecer vinte anos
Lendo livros sábios
E não sair a rua das vidas
E me deparar com a porcaria que enoja meu coração.


Tudo parece um segredo.


você é alguém que ninguém bota fé
quero paz pra sentir
todos os gestos simples da vida
e poder amar incondicionalmente.


Ideias mortas


Não posso ficar dando trela
A idéia assassina 

Dar fio a coisa torpe
Que de tanto amedronta  
o rebento do amor

Segundos traduzidos em anos
O “presente”!
Uma ode!

Novamente, novamente, novamente
mas não pra sempre

E consciente das idéias tortas
Dar fim às idéias mortas
Nascer!

Que como já experimentara:
Um jardim, uma manha

Que seu corpo fez para alimentar seus pulmões de ar?
Quando se dá conta disso
Segue então para a segunda parte do seu caminho
permanecer.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Candido


Deus candido que fazes
De minha dor
amor tântrico

coberto de angustia
do chão, insípido

sonhar em estar  cheio da energia das plantas
força marota que brota da terra
e do o azul que sai do mar.