meu mundo ficou pequeno outra vez
parece que agora restaram poucos metros quadrados
falta-me a força da distancia, de projetar os olhos pela janela
percorrer o horizonte do outro lado do mar
fosse aqui ao lado da minha cama
tudo me é tao pequenino,
ninharias, parecidas com manchas
pingos de suores
no chao que nao me sustenta mais
sobraram alguns passos
até a cozinha e volto
até a volta e a copa
até esse, aquele e outro
posso até negar minhas maos
e estendê-las se quiser
e numa mágica cartesiana
reduzir minha pele, minhas tragadas
minha kleos imaginável
a dor de não se sentir pleno
as minhas pequenas letras
de texto verde ainda
minha mocidade
minha ociosidade
minha amargura
minha tristeza
fechar isso tudo num cofre dourado
para me manter vivo
crivado em estórias de ondas
e deixar lá, envelhecendo como um vinho
numa garrafa miudinha,
jogadinha nas águas
como disseram-me que adoravam
tambem adoraria se fosse mulher
viajantes brilhantes
Mas eu,
eu sou agora isso!
esse trapo velado
pronto para dormir.
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