segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A chuva das moças maças

Chovia forte
pingos convidativos
brincadeiras molhadas
cabelos lisos grudados nas bocas rosas
peles virgens e belas
a rolar na grama sacra

o padre de sua janela
saiu de batina
inebriado pelas dádivas
sorrisos fora de sua janela
saltavam embaixo daquele céu de águas
de uma tarde de qualquer verão
cidade de ruas de ladrilhos
banquinhos e pracinha de igreja

ficaram ali feito crianças
dançando para as flores
o padre e as moças


até que secou os olhos de deus

foi o comentário da cidadezinha
o pároco enlouqueceu

acharam alarde
padre dançar na chuva
com moças maças.

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