Tô cansado do sol
triste, alegre
juntado com a lua traz um nada
tirando de pouco
as coisas em suas coisas:
como o passado
presente morno
amizades em cordas secas, em cordas molhadas
alguns vicios geneticamente adquiridos
pela corrente sanguinea do tempo
virtudes que não deslizam
e não dá tempo de amadurar
vai se reparando:
quando era criança escrevi um poema
sobre solidão
"lembro dos seus olhos
eram claros mas sem brilho
vi água neles"
vai se tirando
veja que a réstia
vai sumindo
até que em sua casa
sobra alguma pessoa louca em um cômodo
um silêncio em outro
e o anoitecer é triste
me lembrei do inverno
me sinto como um mestre Amaro
me sinto batendo sola
a mesma angustia
passa por mim tilintando
no seu cabriolé
amanhã vou aguar as plantas
e nessa semana não quero adiar
as flores que a meses prometo-me
vê se elas pegam na terra de meus olhos.
2 comentários:
Lindo isso!! Bjos
nossa...muito bom, cara.
gostei.
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