Um dia um menino
levantou de um sono
se enrolou em lençois
molhados de febre
e sonhou ser um mago
com toda a mágica da vida
foi-se tornando um andarilho
um bonito samana
em circulos de poucos metros
aprofundava-se em cada lasquinha
desse universo que agora estava
extraíra fórmulas da sua cama,
do seu móvel de tv
conversava horas a fios
com seu novo amigo do espelho
sobre políticas e metafísicas
compartilhavam cigarros
dançavam as musicas da rádio
fizeram fogueira de livros
e melodias eternas de cordas e teclas
foi uma grande festa
com a cantinho do olhar
e com o cantinho da consciência
quando assim se embrulhou novamente
sua pele em casulo
e pôs-se enxarcado
no ventre de sua loucura.
(...) Percebi que as palavras não valem nada, e então me deu vontade de escrever. (...)
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
sábado, 21 de novembro de 2009
Pequenina
meu mundo ficou pequeno outra vez
parece que agora restaram poucos metros quadrados
falta-me a força da distancia, de projetar os olhos pela janela
percorrer o horizonte do outro lado do mar
fosse aqui ao lado da minha cama
tudo me é tao pequenino,
ninharias, parecidas com manchas
pingos de suores
no chao que nao me sustenta mais
sobraram alguns passos
até a cozinha e volto
até a volta e a copa
até esse, aquele e outro
posso até negar minhas maos
e estendê-las se quiser
e numa mágica cartesiana
reduzir minha pele, minhas tragadas
minha kleos imaginável
a dor de não se sentir pleno
as minhas pequenas letras
de texto verde ainda
minha mocidade
minha ociosidade
minha amargura
minha tristeza
fechar isso tudo num cofre dourado
para me manter vivo
crivado em estórias de ondas
e deixar lá, envelhecendo como um vinho
numa garrafa miudinha,
jogadinha nas águas
como disseram-me que adoravam
tambem adoraria se fosse mulher
viajantes brilhantes
Mas eu,
eu sou agora isso!
esse trapo velado
pronto para dormir.
parece que agora restaram poucos metros quadrados
falta-me a força da distancia, de projetar os olhos pela janela
percorrer o horizonte do outro lado do mar
fosse aqui ao lado da minha cama
tudo me é tao pequenino,
ninharias, parecidas com manchas
pingos de suores
no chao que nao me sustenta mais
sobraram alguns passos
até a cozinha e volto
até a volta e a copa
até esse, aquele e outro
posso até negar minhas maos
e estendê-las se quiser
e numa mágica cartesiana
reduzir minha pele, minhas tragadas
minha kleos imaginável
a dor de não se sentir pleno
as minhas pequenas letras
de texto verde ainda
minha mocidade
minha ociosidade
minha amargura
minha tristeza
fechar isso tudo num cofre dourado
para me manter vivo
crivado em estórias de ondas
e deixar lá, envelhecendo como um vinho
numa garrafa miudinha,
jogadinha nas águas
como disseram-me que adoravam
tambem adoraria se fosse mulher
viajantes brilhantes
Mas eu,
eu sou agora isso!
esse trapo velado
pronto para dormir.
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