sábado, 24 de dezembro de 2011

O menino do toque


Em meio a esses pensamentos entro num sonho.
Ditando e repassando a segundos e segundos a mesma idéia, de modo que me mantenho mesmo dormindo um pouco acordado, mas ai consigo distinguir que é um sonho. Molduras em amplo salão, ditam o vermelho como a cor mais viva e traça situações inóspitas galgadas de dentro do meu furor. Sangue jorrando de um lado, bocas cortadas, sangue nos dedos, imagens ao mesmo tempo surreais e tão reais. Será isto possível? Não acredito . Não acredito na maneira como minha mente sobrepõe as imagens, mas fecho os olhos mesmo assim tentando não vê-las. Pênis cortado, mãos cortadas, com o fundo, me deu fome. Mas estava no meio de uma visita à uma exposição não muito comum. A fome continua. Pois comer agora não é hora. Semi-acordado agora ligo a TV, as informações voam em cima de mim, mas não consigo, o  passeio que estivera fazendo me confundiu o senso critico, estava mergulhado ate o pescoço desse banho de sangue que está minha vida.

Ilusão



Todo mundo tem um temporal
Que bati
Todo lugar deveria ter escrito:
Isso não pertence a ninguém.
Ao invés de abrir as janelas
Quebrei os vidros, e arrombei os trincos
Como um viciado
Louco para a próxima dose.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Tristes de guerra

Pela obra regressa

ao berço da humanidade
com seus filhos cansados

tristes de guerra

se por toda a vida
ela dentro de nós

virarmos lavanderia de almas

O que sinto quando tudo anda errado?
como uma profusão contrária
todo amor antes experimentado
fosse embora
e ao andar pelas flores
elas ser fecham
temendo a dúvida
de não sabermos viver.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Sem amor

Perdido no tempo

nas horas silenciosas

a noite cai

saber amar e amar até sem amor.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Bonança

Se eu tinha medo nos olhos
É que algo incomodava
Alguma coisa não estava certa
Não andava na boa linha da vida

Mas quando agente senta perto do mar
E ele nos completa, as árvores
E seus pensamentos estão ali
vivendo junto com elas
Respirando junto com elas

E sentindo o coração das coisas

Mas quando vão embora
Não se vão completamente
Você precisa cuidar do restou
Você precisa aprender a ver
Sei que é difícil quando algo está errado
Mas é bom aprender.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Obrigado pelo lar

lugar onde a loucura pode brincar

a loucura nao é coisa feia

é mais uma fraqueza

e dessas lutas constantes

das fortaleza de outrora

restou somente ruinas de areia

este lugar é o lar

onde a loucura pode bater.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Correndo no lago

To com um medo enorme

Mas de tanto morrer

Agora dorme

E por todas essas luzes

feito peixe grande

pulando no lago

agora cega meu caminho.


Como saber qual é o caminho?

Se se desprender dos abismos

É como flutuar

Senti vontade de partir de um paraíso

agora vejo como o paraíso é que está em mim

ouço uma musica e me sinto feliz de novo

porque que é tão difícil assim deixar a musica te levar?


sábado, 23 de julho de 2011

Só por uma noite eu vivo
Parece que estou mais acordado
E no sol de meio dia
Que me leva a qualquer lugar
Eu não sei onde andam meus sentimentos
Cada curva é uma curva maior
Cada noite é uma noite maior

E depois eu fraquejo
E me vejo no mesmo lugar
Muitos faróis e muita luz
Que não consigo mais enxergar

Cada vez que agente se vê
Energize-me pra tudo ficar bem
Queime-me o sol me queime o sol
E cada vez que agente se vai
Energize-me pra tudo ficar bem
Queime-me de sol, me queime de sol...
Agora!

terça-feira, 28 de junho de 2011

Rato Miserável

Agente ecoa pelos ventos
Nossos ventre de alegria ou de tristeza
Agente avoa pelos barrancos
Arrancando a terra e o seu fruto
Mais saboroso, mais úmido

Mas sem luxuria e cobiça
Há pecados que também são de Deus
Que céu é terra
E inferno é água
Que dor é sede
E ela mata

Mas quem souber se equilibrar
Um milhão de sois e luas
Na aurora podem nascer.
Ou então ficar perdido como
Um rato miserável
E pra sempre esquecer.

sábado, 25 de junho de 2011

Meu coração fala,
Mas eu não consigo ouvir
Ele grita
Mas não chega ate mim
Meu coração esbraveja, pula e contorce
Mas seus tremores não chegam ate mim
E não consigo duvidar de que exista
Há algo transbordando, quente
Em que pensamentos vire amor
E que esse amor sempre nos percorra

sexta-feira, 27 de maio de 2011

O musculo do corte
A pele protege
do vermelho coração
Pelas tripas coradas
Veio ao corte, na morte
E as entranhas ensolaradas
Segregado
Do amor.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Pássaros no banheiro

Sou do tamanho do meu banheiro
Pequeno, e do tamanho do sabonete

Do banho sem gosto tomado anti-gosto

Desejo de lavar!

Qual comprimento dos meus gestos?
Ou qual o cumprimento dos meus passos?

Que fazem tilintar as idéias
quando penso que sou do tamanho do mesmo
daqueles que tem que ser!

É quando mergulho na música
e vejo como podemos ser pássaros
pássaros que não voam
dentro de banheiros.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Pois a hora chegada

Anestesiastes
Por dentro dessas flores
De fluidos constantes
De alegria inebriante

Como se molécula fosse agora
Uma linda garota apaixonada
Que se juntam como amantes
No calor da madrugada

Pois a hora é chegada, deixem-me ir:

Para dentro desse mar...

Mergulhar
Felicidade,sinônimo de água.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Fogo Virgem

Coloquei meus sonhos num caderno
Caderno que quero queimar
E com minhas mãos pegar o fogo
Para não uma fagulha sobrar

O fogo que queima
Parece ser o mesmo de outrora
Mas alguma coisa muda agora
Está mais vermelho e azul

Está com mais luz
E quando se for embora a última letra
Labareda, sentinela
Voltarei a ser como era

Fogo virgem.

Necessidade

Como se cada palavra
Fosse um deus
Que com olhos profundos
Incrustados no seio
Semeasse na introspecção

Como se ali morasse um rei
Muito belo e bondoso
Que o dia mais vistoso
Registrado no grafite
A diamante meticuloso

E o tato da ponta do dedo
Passasse alisando
as letras infinitas de imensidão.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Lembranças de fogo

Hoje derreti
Muito alem de minhas peles
muito mais que as águas
da cachoeira jorra
e da ribançeira canta
o barulho das pedras musgas
lá embaixo...

Incinerei o cerebro feito
motor de fábrica
sujo e arranhado.

Foi de tantos os desmanches de meu corpo
que ao final do dia estava deitado,
lascivo e febril, no chão frio da confusão
de envólucro próprio.

E depois de um banho frio
nao fui um pequeno fogo

E por entre nossas lembranças
se glorificará para a posteridade:
lutas envoltas a muito calor!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Disparate

querem me tirar do que não tenho
pois que o que tenho está somente sendo meu
pelo instante ad eternum da vida
então porque querem me tirar

tal qual o amor que há na miséria humana
acontece também uma miséria sem amor legitimado
empapelado pela truculência de sinapses hostis

e isso se dissimula nos ventos

brisa dissimulada

disparate!

pensei até no dalai lama
fumando um baseado!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Versos

As passeatas diurnas passaram a ser para mim, momento sagrado,
percorrendo as pedras e sentindo a brisa marital que me refresca a alma. Tudo como um paraiso. Uma cena de filme dos anos 70, com lucys nos céus, uma psicodelia a la MGMT. Os homens viram padres e as aldeias, caleidoscópios gigantes. Teremos sim Dr. Robert: uma vida simples e farta, das comidas da carne e do espírito.
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(...)eu que tive sempre o sonho de cantar
vi meu mundo fantastico,desabar,
nas suas palavras de reprovação

e ainda que eu quisesse amar
mais forte do que eu queira amar
meus versos estao em êxodo

as minhas palpebras ja estao colando
e nao aguento mais o desejo que da ponta
ao realejo ja passamos a divagar.
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E mais uma vez o homem segurou a maça, seu símbolo de fruta
que da gênesis adão já comera para ser expulso do céu, livremente
banha do pelas nuvens sendo pinceladas abstratas coladas em telas.
Aquela luz, daquele por de sol, já se foi junto com aquele dia.

Dia Quente, calor abrasivo, condicionar o ar, como dizem por ai: " caixas feitas de vidro, e dentro das caixas, outras feitas de sonhos que cerceiam nossas caixas-semi-consciências antes de pregarmos no sono".

Essa foi uma oração ensinada nos montes dos libinos. Nossas meias-consciências que diluviam nessa mar de imagens que ao par são reais, e são ao mesmo tempo irreais, sobramdo-nos algo intangível. Na verdade: conversa de loucos. Só para loucos. Assusta todo jogo de idealizações e pré-conceitos que ja vêem nos olhares. Essa trama cheia de regras, que julgaram (sem o nosso consentimento) ser a justa a ser vivida e experenciada. Parece-me justo. A beleza é justa a quem a cultiva.
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domingo, 6 de fevereiro de 2011

Espumas

Meu coração anda apertado
Perto de estourar
Sinto que o passado ficou
e um novo ciclo de espumas começa
E o amor feito de amor é sim
pele e de sexo e de orgasmos

Não quero privar a felicidade
Mas lágrimas de amizade
Derramei por ti
Quero estar em “labille una”
E quero que você também esteja
Feche as janelas deste computador
e morra de amor. Com simplicidade
e cuidando de você.