quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Tendência contemporânea do pensamento


Essa nossa tendência contemporânea
De achar que pensar de mais é um fardo
Pensamento cansado, cristão, inchado

Pensamento que inabilita florir
Multidões de desesperados
Que não pensam nos seus atos
Fazem coisas os mocambos
Fazem coisas de não se entender

Matar, roubar, estuprar

Estupram auras das manhãs
Cobrem-nas de sangue injusto
Mas por que fazer sem pensar
esses desmiolados
Que não sabem a si mesmos
Que não sabem aos outros
Que se encantam com entretenimentos vãos
E acordam pra cumprir suas tarefas degradáveis

E seguem suas vidas sem saber o que fazem
Deus, rogai pela ignorância!

Muito me admira o homem que faz
Mas meditando nos solstícios
E criando, moldando e expurgando
Vai cosendo sua sabedoria nas redes da alma

Não pensar  é bom
Quando já se está alinhado
Quando não vê os astros e  sinais estelares
Não pensar é uma tragédia
Do dia a dia nosso.


quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Falta

Faltava.

o que é o preenchimento do vazio?

Falta?







Transfiguração


Começou a chover 
A lembrança de que há natureza lá fora
Saudosismo dos ciclos da vida
Aqui dentro de mim, minha redoma corpórea
jazem meus músculos e ossos
enzimas e sinapses neuróticas
mesmo ciclo,  não alterado
renascer de nossas tramas 
calafrios em  articulações
Uma energia não experenciada
buscas incessantes pelo prazer circunstancial
na madrugada quente
Não há pó, nem erva
nicotina ou álcool
somente um estranho e bom homem
meu peito ferve frio
minha solidão se esvai
junto com as gotas que caem do céu
não ligo para os erros do tempo
nem para o egoísmo dos transeuntes
não ligo para a mulher que não me amou
nem para o amor que não pude dar
parece que enxergo longe
uma linha linda e continua, pendendo ao infinito
como um forte rife de guitarra que ouvira a alguns anos 
posso sentir o cheiro e a textura
dos seus cabelos de manha
me acordando com o sol que acabara de nascer.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Sou?


O que sou?
Acredito no meu caminho?

Caminho a algum tempo solitário
perdido numa geleira matando o animal que me carregava
Para crua, comer –lhe a carne que me sustentava

Quase acabei comigo, maltratei-me!

Sinto-me pequeno,
em uma lugar pequeno.
Meus vizinhos não me conhecem
Eu não me reconheço.

Apesar da beleza exterior
Meu intimo escurece
Meu romantismo de outrora me é dor
Oh! Os olhinhos de um bichano!

O que sou?
Meu caminho errante me farta
Sinto-me na obrigação de sentir-me feliz?
Envelhecer vinte anos
Lendo livros sábios
E não sair a rua das vidas
E me deparar com a porcaria que enoja meu coração.


Tudo parece um segredo.


você é alguém que ninguém bota fé
quero paz pra sentir
todos os gestos simples da vida
e poder amar incondicionalmente.


Ideias mortas


Não posso ficar dando trela
A idéia assassina 

Dar fio a coisa torpe
Que de tanto amedronta  
o rebento do amor

Segundos traduzidos em anos
O “presente”!
Uma ode!

Novamente, novamente, novamente
mas não pra sempre

E consciente das idéias tortas
Dar fim às idéias mortas
Nascer!

Que como já experimentara:
Um jardim, uma manha

Que seu corpo fez para alimentar seus pulmões de ar?
Quando se dá conta disso
Segue então para a segunda parte do seu caminho
permanecer.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Candido


Deus candido que fazes
De minha dor
amor tântrico

coberto de angustia
do chão, insípido

sonhar em estar  cheio da energia das plantas
força marota que brota da terra
e do o azul que sai do mar.

Areias


Tem hora que meus pensamentos pisam em areia morta
Nadam em água seca e morna
Perde as horas lúcidas
Os momentos bênçãos

Tem hora que meus pensamentos furam a pele
Contaminam o sangue
Enrijecem meus músculos, que da face também
Pelo revirar do globo do olho, do branco
Sobre mim mesmo acompanhado de pré-conceitos

Vão e secos, como meu deserto de areias mortas
Em que a pedra de minh’alma
debaixo desse torro quente
Quer se embrenhar no mar feito gente
E se derramar em tons fora.