quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Lembranças de fogo

Hoje derreti
Muito alem de minhas peles
muito mais que as águas
da cachoeira jorra
e da ribançeira canta
o barulho das pedras musgas
lá embaixo...

Incinerei o cerebro feito
motor de fábrica
sujo e arranhado.

Foi de tantos os desmanches de meu corpo
que ao final do dia estava deitado,
lascivo e febril, no chão frio da confusão
de envólucro próprio.

E depois de um banho frio
nao fui um pequeno fogo

E por entre nossas lembranças
se glorificará para a posteridade:
lutas envoltas a muito calor!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Disparate

querem me tirar do que não tenho
pois que o que tenho está somente sendo meu
pelo instante ad eternum da vida
então porque querem me tirar

tal qual o amor que há na miséria humana
acontece também uma miséria sem amor legitimado
empapelado pela truculência de sinapses hostis

e isso se dissimula nos ventos

brisa dissimulada

disparate!

pensei até no dalai lama
fumando um baseado!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Versos

As passeatas diurnas passaram a ser para mim, momento sagrado,
percorrendo as pedras e sentindo a brisa marital que me refresca a alma. Tudo como um paraiso. Uma cena de filme dos anos 70, com lucys nos céus, uma psicodelia a la MGMT. Os homens viram padres e as aldeias, caleidoscópios gigantes. Teremos sim Dr. Robert: uma vida simples e farta, das comidas da carne e do espírito.
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(...)eu que tive sempre o sonho de cantar
vi meu mundo fantastico,desabar,
nas suas palavras de reprovação

e ainda que eu quisesse amar
mais forte do que eu queira amar
meus versos estao em êxodo

as minhas palpebras ja estao colando
e nao aguento mais o desejo que da ponta
ao realejo ja passamos a divagar.
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E mais uma vez o homem segurou a maça, seu símbolo de fruta
que da gênesis adão já comera para ser expulso do céu, livremente
banha do pelas nuvens sendo pinceladas abstratas coladas em telas.
Aquela luz, daquele por de sol, já se foi junto com aquele dia.

Dia Quente, calor abrasivo, condicionar o ar, como dizem por ai: " caixas feitas de vidro, e dentro das caixas, outras feitas de sonhos que cerceiam nossas caixas-semi-consciências antes de pregarmos no sono".

Essa foi uma oração ensinada nos montes dos libinos. Nossas meias-consciências que diluviam nessa mar de imagens que ao par são reais, e são ao mesmo tempo irreais, sobramdo-nos algo intangível. Na verdade: conversa de loucos. Só para loucos. Assusta todo jogo de idealizações e pré-conceitos que ja vêem nos olhares. Essa trama cheia de regras, que julgaram (sem o nosso consentimento) ser a justa a ser vivida e experenciada. Parece-me justo. A beleza é justa a quem a cultiva.
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domingo, 6 de fevereiro de 2011

Espumas

Meu coração anda apertado
Perto de estourar
Sinto que o passado ficou
e um novo ciclo de espumas começa
E o amor feito de amor é sim
pele e de sexo e de orgasmos

Não quero privar a felicidade
Mas lágrimas de amizade
Derramei por ti
Quero estar em “labille una”
E quero que você também esteja
Feche as janelas deste computador
e morra de amor. Com simplicidade
e cuidando de você.