quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

O lugar do medo





Eu pairo nessa mancha profunda, ancorado nesse lodo ensolarado, de travessias tropicais que mais lembram mariposas, milhares a dançar uma valsa funesta no meio da plantação do meu cérebro. Os símbolos, as marcas, as estórias de redes, os fractais conectados nessa grande megalópole psicológica, ergue-se como de um sobressalto, do nada, assobiando como aquele pássaro que ao invés de lhe resgatar as cores da vida, lhe fazia estremecer a cada lembrança de que a natureza, com todos os seus sons, e os homens com todos os seus sons, e todas suas mortes, e todas sua labuta, e todos seus rodopios, e toda loucura, não haviam de parar um instante sequer nessa grafite ilógico de uma grande  roda gigante, que vai acima, encontrando os gigantes, desce por dentro dos olhos e chega a boca a dizer:  Lástima! Não conseguir enxergar, mesmo com os olhos colados em sua pélvis. Elas continuam a rodear e a me afastar daquele relance que muito me apetece, que me faz vivo, como Aquiles e seus mirmidões esperando o momento oportuno de atacar os muros do distante reino antes desconhecido. 

Manifestações

O manifesto está feito
A nossa indignação se uniu
Fomos emoldurados em ouro
Da lua amarela do solamarelo, também o farol.
A luta é o barco
 É o som
O sistema é vácuo

O joga num sistema giratório
Vendo sempre a mesma visão
Imaginando viver a liberdade dos pardais
Que voam em rasantes pelos céus das periferias


Se tivéssemos educação
Não precisaria de tantas cadeias
Não teríamos corrupção
E corrupto só é
Quando aprendeu a ser com o pai
Pai nosso que viras do ceu
Iluminai nossos ânimos
liberdade!

sozinho não quero ficar...

É triste eu sei, mas não pude fazer nada até então
O tempo passando às pessoas
Na confraternização sois
Somos nos dois um só.



Viajante dos whifis

Gostaria de teletransponstar uma viagem de acido
Transmitir via whi fi – esse mesmo com refrigerante
Wireless ou outras palavras que nem sei das quantas
Passageiros dos blutufes de todas as passagens
Dos livros dos cânticos de todas os cantos que me despertam
Pensei agora:  o barulho dos produtos eletrônicos a minha volta
Ser a introdução da musica futurista 
e um grito ecoou dentro dela 

Eu que nunca sai dos matos
Que nem sei o que é veleiro
Sou pequeno.
Em todas as minhas vicissitudes
Se é que eu sei o que isso quer dizer
Porque ate mesmo esse meu dizer já é recebido
Por arquetípicos que me desde não sei quando perfazem
Aquilo que chamam de ser

E enquanto à tamanha vida lá fora?

Sei pouco, sou um pequeno verme faminto furando uma terra morna.