quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

dois pares

A jovem de olhos oblíquos chora trancada no céu
E quer tanto, embora
Arruma o cabelo mais de três vezes tentando livrar sua dor
Ela quer viver

Como uma estação
que passa sem você ver
Como uma estação
que nasce antes de morrer


O velho da praça sente os seus pés sujos quando caminha
Ele não tem meias
Volta as três e liga o canal que mais gosta pra esquecer
Ele quer sorrir?

De onde elas vêm?
Vocês conseguem ver?
De onde elas vem
Morrem antes de nascer

olhem só tantas pessoas solitarias!

Um comentário:

Lis Motta disse...

Lindo, Ramando.

Você disse o que eu gostaria de ter dito a pouco...mas a leitura, o olhar (parece que realmente tinha um olhar, uma câmera escondida ou algo assim...rsrs)vindo de outro é o que sabe dizer melhor. Talvez não saiba o que realmente, lá no fundo, se passa, mas o observa e o define muito bem. Muito bem observado...rs.
Bjo.